domingo, 15 de junho de 2025

Cap. 11 - OCDE (2009)

Glossário

Perfil de idade-eficiência: Descreve a capacidade produtiva de um ativo ao longo de sua vida útil. O índice é igual a um para um ativo novo e torna-se zero quando o ativo atinge o fim de sua vida útil. A diminuição da capacidade produtiva é resultado do desgaste do ativo.

Perfil de idade-preço: Índice do preço de um bem de capital em relação à sua idade. O perfil de idade-preço compara bens de capital idênticos de diferentes idades no mesmo momento no tempo. Normalmente, o perfil de idade-preço diminui com o aumento da idade.

Balanço patrimonial: Demonstração, elaborada em um momento específico, dos valores dos ativos pertencentes a uma unidade ou setor institucional e das obrigações financeiras (ou seja, passivos) incorridas por essa unidade ou setor.

Ganhos de capital: → Ganhos de valorização

Entrada de capital: A contribuição física do capital na produção de bens e serviços. A entrada de capital é medida como o fluxo de serviços de capital para a produção.

Serviços de capital: → Volume de serviços de capital

Preço dos serviços de capital: → Custo unitário de uso

Consumo de capital fixo: "A diminuição, no decorrer do período contábil, no estoque atual de ativos fixos como resultado do desgaste físico, obsolescência normal ou danos acidentais normais" (definição do SNA). "Depreciação" e "CFC" são usados como sinônimos neste Manual.

Remuneração dos empregados: A remuneração total, em dinheiro ou em espécie, paga pelas empresas aos empregados em troca do trabalho realizado durante o período contábil.

Custo de capital: → Valor dos serviços de capital

Cohorte de ativos: Conjunto de ativos do mesmo tipo e da mesma idade.

Depreciação: A expectativa de perda de valor de um ativo fixo à medida que envelhece → Consumo de capital fixo.

Perfil de depreciação: Perda de valor de um ativo devido ao envelhecimento, expressa como percentual do valor de um ativo novo.

Taxa de depreciação: A taxa de depreciação de um ativo de s anos é a diferença no preço de um ativo de s anos e de um ativo de s+1 anos, expressa como uma proporção do ativo de s anos.

Renda econômica: Renda gerada por um ativo quando utilizado na produção. → Valor dos serviços de capital

Taxa de retorno ex-ante: Taxa de retorno esperada pelo investidor.

Taxa de retorno ex-post: Taxa de retorno realizada – superávit operacional líquido observado dividido pelo estoque líquido de ativos.

Arrendamento financeiro: Um contrato onde os riscos e benefícios da propriedade são, de fato, transferidos do proprietário legal para o usuário do ativo.

Estoque bruto de capital: O estoque de ativos sobreviventes de investimentos passados e reavaliados pelos preços de aquisição de novos bens de capital do período atual.

Formação bruta de capital fixo: Valor total das aquisições de um produtor, menos as disposições, de ativos fixos durante o período contábil, mais certas adições ao valor de ativos não produzidos, como melhorias em terrenos.

Preços históricos: Estoques de capital avaliados a preços históricos são avaliados pelos preços nos quais os ativos foram originalmente adquiridos.

Ganhos e perdas de valorização: Ganhos e perdas de valorização podem ocorrer durante o período contábil para os proprietários de ativos financeiros e não financeiros e passivos como resultado de uma mudança em seus preços. Ganhos e perdas de valorização às vezes são chamados de ganhos de capital ou itens de reavaliação.

Renda mista: O superávit ou déficit proveniente da produção por empresas não incorporadas de propriedade de famílias; implicitamente contém um elemento de remuneração pelo trabalho realizado pelo proprietário ou outros membros da família, que não pode ser identificado separadamente do retorno ao proprietário como empreendedor, mas exclui o superávit operacional proveniente de moradias ocupadas pelo proprietário.

Estoque líquido de capital: → Estoque de riqueza de capital.

Valor presente líquido: Valor dos fluxos esperados de benefícios descontados pela utilização de um ativo na produção; equivale ao valor de estoque de um ativo em equilíbrio.

Obsolescência: Perda de valor do capital existente porque ele não é mais tecnologicamente adequado às condições econômicas ou porque alternativas tecnicamente superiores se tornam disponíveis. A obsolescência é tipicamente descrita como um fenômeno de valor, não como algo que afeta os serviços físicos fornecidos por um bem de capital. No entanto, a obsolescência pode afetar a vida útil econômica de um ativo e, portanto, o volume total de serviços de capital que ele oferece.

Arrendamento operacional: Um contrato no qual ativos produzidos são colocados à disposição de um usuário de ativo por períodos relativamente curtos em troca de um aluguel, sendo que o proprietário do ativo mantém a responsabilidade pela manutenção e reparo.

Custo de oportunidade: Avaliação atribuída à alternativa ou oportunidade mais valorizada entre as rejeitadas.

Método de inventário perpétuo (PIM): Abordagem para estimar estoques de capital acumulando fluxos de investimento, corrigidos por aposentadoria e depreciação (no caso de estoques líquidos) ou perdas de eficiência (no caso de estoques produtivos).

Estoque de capital produtivo: O estoque de um tipo específico de ativo que sobrevive de períodos passados e é corrigido por sua perda de eficiência produtiva. Os estoques produtivos constituem uma etapa intermediária para calcular os fluxos de serviços de capital. A suposição é que os fluxos de serviços de capital estão em proporção fixa aos estoques produtivos.

Quantidade de serviços de capital: O fluxo de serviços produtivos fornecidos por um ativo que é empregado na produção. O volume de serviços de capital reflete um conceito físico (quantidade), e não deve ser confundido com o conceito de riqueza do capital. O volume de serviços de capital é a medida apropriada para a entrada de capital na análise da produção.

Valores/preços reais: Valores/preços que foram deflacionados com um índice geral de preços, tipicamente o índice de preços ao consumidor.

Taxa de retorno (nominal): Retorno ajustado ao risco por dólar de investimento.

Taxa de retorno (real): (1+taxa de retorno nominal)/(1+taxa geral de inflação)–1.

Rendimentos sobre a terra: Rendimentos sobre a terra são uma forma de renda de propriedade; consistem nos pagamentos feitos a um proprietário de terra por um inquilino pelo uso da terra durante um período especificado.

Rendimentos sobre ativos do subsolo: São uma forma de renda de propriedade; consistem nos pagamentos feitos à pessoa proprietária de um ativo do subsolo por uma unidade institucional, pela permissão de extrair o depósito subterrâneo durante um período determinado.

Aluguel (de ativos fixos): É o valor pago pelo usuário de um ativo fixo ao seu proprietário, sob um contrato de arrendamento operacional ou similar, pelo direito de usar esse ativo na produção durante um período específico.

Preço de aluguel: Preço pelo uso de uma unidade do estoque produtivo durante um determinado período. O preço de aluguel corresponde ao valor dos serviços de capital provenientes de um ativo alugado no mercado → aluguel.

Valor de aluguel de um tipo específico de ativo: Preço de aluguel de um determinado tipo de ativo multiplicado pelo estoque produtivo alugado desse tipo específico de ativo. Corresponde ao valor dos serviços de capital adquiridos pelo arrendatário.

Renda de recurso: A renda econômica gerada por um recurso natural.

Aposentadoria: Ato de retirar um ativo de uso por ter atingido o fim de sua vida útil.

Reavaliação: → Ganhos e perdas de valorização.

Vida útil: Vida economicamente útil de um ativo.

Valor total de aluguel: Soma dos valores de aluguel de todos os ativos produtivos.

Custo unitário de uso: Custo de uso por dólar constante do estoque produtivo de um ativo. Os custos unitários do usuário correspondem ao preço dos serviços de capital provenientes de um ativo utilizado por seu proprietário. "Custo unitário de uso" e "preço dos serviços de capital" são usados como sinônimos.

Valor dos serviços de capital de um tipo específico de ativo: A renda gerada pelos ativos quando utilizados na produção. É calculada como o custo unitário do usuário de um determinado tipo de ativo multiplicado pelo estoque produtivo desse mesmo tipo de ativo. “Renda econômica” é sinônimo de valor dos serviços de capital.

Desgaste: Perda da capacidade física de um ativo de contribuir para a produção. O desgaste é normalmente modelado como uma função da idade do ativo. É o principal elemento que determina a função idade-eficiência.

Valor total dos serviços de capital: Soma do valor dos serviços de capital de todos os ativos produtivos.

Índice de volume dos serviços de capital: Quando há vários tipos de ativos que fornecem fluxos de serviços de capital, constrói-se um índice de volume dos serviços de capital como uma média ponderada das variações proporcionais na quantidade de serviços de capital de cada ativo. A participação de cada ativo no valor total dos serviços de capital constitui o peso apropriado para esse índice.

Estoque de riqueza de capital: → Estoque líquido de capital.

Capítulo 11 – Perfis de Eficiência por Idade

O perfil de eficiência por idade de um único ativo descreve o padrão temporal da eficiência produtiva do ativo à medida que ele envelhece. A forma específica desse perfil é uma questão empírica, embora as evidências concretas sejam escassas e muitas vezes substituídas por suposições plausíveis. A função de eficiência por idade de um ativo reflete perdas de eficiência causadas pelo desgaste, assim como certos efeitos sobre a vida útil do ativo. Por exemplo, se a obsolescência afeta a vida útil econômica de um ativo — como no caso de aumentos contínuos nos preços de energia ou dos salários reais que tornam o uso do ativo economicamente inviável após certo número de anos —, isso pode impactar a vida útil máxima, que é um parâmetro da função de eficiência por idade. A obsolescência, então, pode levar à retirada do ativo, o que significa que a função de eficiência por idade permanece inalterada até o ponto de retirada e cai para zero a partir daí.

A função de eficiência por idade para um único ativo (de um tipo específico) pode ser representada por gn(T), onde "n" é um índice de idade que varia de zero (um ativo novo) até "T", que é a idade de retirada do ativo. O parâmetro de eficiência por idade é sempre uma medida não negativa entre um e zero. Como a eficiência de um ativo novo é definida como igual a um, cada gn(T) representa a eficiência relativa de um ativo com idade n em comparação com um ativo novo. Em princípio, a função de eficiência por idade pode assumir várias formas, mas, para fins práticos, três formatos funcionais merecem destaque: hiperbólico, linear e geométrico.

Perfis de eficiência por idade com declínio hiperbólico foram utilizados, por exemplo, pelo Bureau of Labor Statistics dos EUA (1983), pelo Australian Bureau of Statistics (ABS 2000), pelo Statistics New Zealand, por Mas et al. (2006) e pela OCDE (Schreyer et al. 2003). A forma do declínio hiperbólico é:


onde b ≤ 1 é um parâmetro que define a forma da função. Tipicamente [1], o perfil hiperbólico apresenta uma configuração em que os ativos perdem pouca capacidade produtiva nos primeiros estágios de sua vida útil, mas experimentam uma perda acelerada dessa capacidade nos estágios finais.

[1]: Deve-se notar que a função hiperbólica não gera necessariamente perfis de eficiência etária que sejam côncavos em relação à origem. Harper (1982) apresenta exemplos de funções hiperbólicas que são convexas em relação à origem.

Nota: deve-se observar que a função hiperbólica não resulta necessariamente em perfis de eficiência por idade que sejam côncavos em relação à origem. Harper (1982) apresenta exemplos de funções hiperbólicas convexas em relação à origem.

“O parâmetro de redução de eficiência b é fixado em 0,5 para máquinas e equipamentos e em 0,75 para edificações – os mesmos valores utilizados pelo Bureau of Labor Statistics (BLS). O valor mais alto para outras edificações e estruturas redistribui a perda de eficiência para que ela ocorra mais tardiamente ao longo da vida do ativo, em comparação às máquinas e equipamentos, cuja perda de eficiência é distribuída de forma mais uniforme ao longo do tempo. Para softwares de computador, o valor de b também é 0,5. Para animais destinados à produção, o valor de b também é 0,5. Evidentemente, seria possível adotar uma função de eficiência por idade e uma função de preço por idade mais precisas se fosse considerado que o gado, por exemplo, passa por um período de imaturidade antes de entrar em serviço como animal maduro. No entanto, tais aperfeiçoamentos comprometeriam a simplicidade do modelo, sendo os ganhos obtidos com isso relativamente pequenos. Para exploração mineral, b é fixado em 1, o que implica que não há perda de eficiência no conhecimento gerado pela exploração. O oposto ocorre com originais artísticos, para os quais b é fixado em 0, indicando uma perda de eficiência linear ao longo do tempo.” (ABS 2000)

Para fins de completude, e também porque foi utilizado no exemplo numérico do Capítulo 3.2, apresentamos também um perfil linear de eficiência por idade, gn(linear):


Neste caso, a eficiência produtiva declina por uma quantidade absoluta constante a cada período. A função linear é simples em sua formulação, mas não representa necessariamente a forma mais plausível de perda de eficiência de um ativo. Um ponto importante a ser destacado é que um perfil linear de eficiência por idade normalmente não é compatível com um perfil linear de preço por idade. A forma como os perfis de preço por idade e de eficiência por idade se relacionam já foi apresentada no Capítulo 3.2 e será explicada de forma mais sistemática adiante. A implicação disso é que o perfil linear de preço por idade, amplamente utilizado, bem como o padrão de depreciação linear associado, não decorrem de um perfil linear de eficiência por idade.

A função de eficiência por idade apresentada acima foi formulada para um único ativo. Quando se trata de uma coorte inteira, é necessário considerar que nem todos os ativos da mesma coorte serão retirados de uso ao mesmo tempo — há uma distribuição de aposentadoria (retirada) em torno de uma vida útil média. A Seção 13.3 e o Anexo 4 descrevem como uma distribuição de aposentadoria pode ser combinada com um perfil de eficiência ou de preço por idade para produzir um perfil de eficiência ou preço para uma coorte inteira. Esse passo é desnecessário quando se utilizam perfis geométricos. Eles combinam diretamente as funções de eficiência por idade e de aposentadoria. Além disso, os perfis geométricos de eficiência e de preço por idade coincidem, de modo que não é necessário realizar um extenso processo de derivação de um a partir do outro.

O perfil geométrico de eficiência por idade é o mais frequentemente utilizado em aplicações empíricas. Ele parte do pressuposto de que a eficiência de uma coorte declina a uma taxa constante δ. Esse conceito remonta, ao menos, a Matheson (1910), embora ele o tenha aplicado no contexto da depreciação, ou seja, para descrever perdas de valor, e não de eficiência (ver adiante). Perfis de eficiência geométrica foram amplamente utilizados por Jorgenson (1995) e por diversos outros pesquisadores.


Como δ também é a taxa de depreciação geométrica, estimativas empíricas das taxas de depreciação também fornecem os parâmetros para a função de eficiência por idade (ver o Capítulo 12 para os métodos empíricos de determinação dos parâmetros de depreciação).

11.1. Derivando perfis de eficiência por idade a partir de perfis de depreciação

Quando há informações sobre o perfil de preço por idade ou sobre o perfil de depreciação, é possível derivar o perfil de eficiência por idade. Dado um perfil de preço por idade para uma coorte, bem como as taxas de depreciação associadas, e considerando uma taxa real de retorno r*, é possível calcular um perfil de eficiência por idade consistente. Deve-se observar que a ligação entre o perfil de eficiência por idade e o perfil de preço por idade é estabelecida no nível da coorte inteira, ou seja, a partir de uma função combinada de eficiência por idade e aposentadoria, que integra informações tanto sobre a distribuição de aposentadoria quanto sobre o perfil de eficiência por idade de um ativo individual (ver Seção 13.3 e Anexo 4).

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