Discussão acerca das variações na velocidade de circulação da moeda, na oferta de moeda, no produto e no nível de preços.
Indivíduo A:
Se eu imprimir moeda, e a velocidade do meio circulante aumentar, é claro que a dinâmica de preços permanecerá a mesma.
Felipe Borti (FB):
Se a velocidade de circulação da moeda aumentar, juntamente com a oferta de moeda, a tendência é de aumento dos preços, por 2 motivos: I) desproporção entre setores produtores de insumos na economia e II) inelasticidade da produção em países com escassez de capital. A equação (que na verdade é apenas uma identidade macroeconômica) M * V = P * Y, sendo M = meios de pagamento, V = velocidade de circulação da moeda, P = nível geral de preços e Y = produto agregado real da economia. Alterando M e V, sendo Y inelástica, a tendência é de pressão inflacionária (que ocorre mesmo com certa capacidade ociosa, por conta da desproporção setorial)
Indivíduo A:
Impossível.
Se a oferta da moeda aumentar junto com a velocidade do meio circulante, evidentemente, o sistema permanecerá o mesmo de antes.
A retenção de um recurso de uma empresa, está alinhado com a velocidade do meio circulante, já que a velocidade do meio circulante é proporcional a totalidade dos bens físicos.
M.V = P.T
V/P = T/M
Felipe Borti (FB):
Não, amigo. Isso é básico na economia monetária. Vamos ao exemplo numérico
M = meios de pagamento;
V = velocidade de circulação da moeda;
P = nível geral de preços;
Y = produto agregado real.
M = 100
V = 4
Y = 40
P = 10
M * V = P * Y
100 * 4 = 40 * 10 = 400
Agora vamos dobrar os valores de V e M, ou seja, a velocidade de circulação da moeda e os meios de pagamento e substituir na equação V/P = Y/M.
M = 200
V = 8
Y = 40
P = 10
8/10 ≠ 40/200
Então é evidente que haverá alterações para voltar à identidade macroeconômica básica.
A:
Mas aí você colocou como se os aumentos fossem diferentes.
E você não disse isso.
Felipe Borti (FB):
Proporcionais
Dobrei a velocidade de circulação da moeda e dobrei também a oferta de dinheiro
Indivíduo A:
Mas aí tu tem que fazer o mesmo do outro lado, não ?
Não faz sentido dobrar em um lado só, numa igualdade.
Se é proporcional.
Felipe Borti (FB):
Não dobrei só de um lado, dobrei só as variáveis que estávamos discutindo (V e M) para ver que isso vai impactar as demais variáveis (P e Y) e que o sistema não pode permanecer igual, os preços não só mudam como TEM que mudar, principalmente quando consideramos Y inelástico
A:
Mas como a velocidade do meio circulante vai aumentar com o mesmo número de produtos em circulação ?
Isso não tem sentido lógico não.
Você tem que aumentar proporcionalmente dois lados.
Felipe Borti (FB):
A velocidade de circulação da moeda varia bastante inclusive (é inclusive a crítica que os pós-keynesianos fazem aos monetaristas), enquanto o produto real é mais inelástico devido ao fatores que citei: I) desproporção entre setores e II) escassez de capital
A:
Como que o produto real é menor e a velocidade do meio circulante é maior ?
Não consigo conceber fisicamente isso.
E=MC²
Não tem como você multiplicar a energia por 2 sem multiplicar o M por 2.
Usando um exemplo de proporcionalidade.
Estou falando namoral.
Na minha cabeça eu não consigo entender.
Parece que tu manipulou a conta sem levar em conta a proporcionalidade inerente das variáveis.
Felipe Borti (FB):
Em economias com altas taxas de inflação e com estagnação econômica isso ocorre sempre. A velocidade de circulação da moeda aumenta (pois as pessoas compram mais rápido para fugir da desvalorização da moeda), enquanto o produto, por conta da estagnação econômica, permanece inelástico (ou até diminui). A velocidade de circulação da moeda e o produto real são conceitos distintos e podem evoluir independentemente um do outro. O aumento da velocidade de circulação da moeda não implica necessariamente em uma mudança no produto real, mas sim na forma como o dinheiro é gasto e utilizado na economia.
Indivíduo A:
Então, como você vai ter uma troca de mercadoria sem moeda ?
Por que a velocidade do meio circulante necessariamente está ligado ao Quantum de mercadorias trocas.
Uma coisa é um produto fora de circulação, outra coisa é um produto em circulação.
Então, mas aí tu está negando a própria fórmula.
Pois aí no caso, V não seria proporcional ao T, como se apresenta na fórmula.
É uma questão de lógica formal.
Felipe Borti (FB):
É claro que está ligado, mas não proporcionalmente. De novo voltamos à equação: M * V = P * Y. O aumento de M e V requer um aumento no resultado da multiplicação de P por Y. Se Y não mudar, a identidade macroeconômica permanece viva (até pq é um identidade), basta que P aumente de modo a igualar M' * V' = P' * Y.
Indivíduo A:
Não cara.
Kkkkkkkk.
Matemática básica.
Felipe Borti (FB):
Isso é economia monetária básica, amigo...
Indivíduo A:
Amigo, tu pode falar o que tu quiser.
v e y são proporcionais.
Segundo essa conta
Você negar isso é negar a própria fórmula que está usando
V/P é igual a Y/M
v e y são proporcionais
V e M são inversamente proporcionais
Você nem poderia aumentar os dois ao mesmo tempo
Isso não faz sentido
Felipe Borti (FB):
M = meios de pagamento;
V = velocidade de circulação da moeda;
P = nível geral de preços;
Y = produto agregado real.
M = 100
V = 4
Y = 40
P = 10
M * V = P * Y
100 * 4 = 40 * 10 = 400 ou
Agora vamos dobrar os valores de V e M, ou seja, a velocidade de circulação da moeda e os meios de pagamento e substituir na equação V/P = Y/M.
M = 200
V = 8
Y = 40
P = 10
8/10 ≠ 40/200
Essa forma está errada pois eu segui o postulado de que “o sistema permaneceria sem alterações”, para mostrar que isso é falso e que a identidade macroeconômica não batia.
Forma correta, considerando Y inelástico (constante). Tem-se:
M = 200
V = 8
Y = 40
P’ = ?
8/10 = 40/P’
P = 50
Ou seja, o sistema não permanecerá como estava. Os preços passam de P = 10 para P’ = 50.
Eu dou aula da matemática, cara. Menos...
Indivíduo B:
Como V e Y são proporcionais? Estão em lados diferentes da equação
Indivíduo A:
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